Serão realizados mais dois eventos ainda este mês, em Várzea Grande e em Rondonópolis.
A programação do CRESS-MT em celebração ao Dia do/da Assistente Social continua. Na última terça (14), o conselho realizou mais um encontro, que reuniu dezenas de pessoas, entre profissionais, pesquisadores e estudantes do Serviço Social, no auditório da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso (FAAC/UFMT), em Cuiabá. A programação segue até dia 27 de maio.
Com o tema “Nossa Liberdade é Anticapacitista. Por um Brasil de pessoas humanamente diferentes e totalmente livres”, o evento contou com apresentações artísticas e painel que debateu os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência no Brasil, ações e mediações no exercício dos profissionais do Serviço Social na luta contra o capacitismo.
Segundo a presidenta do CRESS-MT, Leana Oliveira Freitas, a programação visa fomentar o debate, na busca por construir estratégias de intervenção que promovam a equidade e o respeito aos direitos das pessoas com deficiência. Além disso, ela explicou que o formato foi escolhido com objetivo de fortalecer a mobilização da categoria e a interiorização do conselho.
“Viemos para ouvir essas pessoas que vivem isso diariamente, e falar sobre como atuar na garantia de direitos dos nossos usuários, mas também em como avançar nas condições de trabalho de nossa categoria, afinal, cerca de 10% dos profissionais do serviço social são pessoas com deficiência. Então esta é uma pauta que diz respeito à nossa categoria em todos os sentidos”, reforçou.
A mesa de debates foi formada pela conselheira federal do CFESS, Larissa Gentil; a superintendente de Promoção e Articulação de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência de Mato Grosso, Taís Paula; A presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONEDE/MT), Jandira Andrade; e a Assistente Social Tathyane Domingues Moreira Nunes, pessoa com deficiência que atua no Ministério Público de MT; e mediada pela presidenta do CRESS-MT.
Larissa Gentil destacou que o tema vem ganhando mais força dentro do conjunto CEFESS/CRESS nos últimos anos a partir das demandas dos profissionais assistentes sociais com deficiência, que estão cada vez mais ativos nas pautas da categoria. Ela ainda destacou ações realizadas pelo Conselho Federal, como resoluções e materiais educativos, e a importância de ações como a do CRESS-MT para a luta anticapacitista na categoria.
“Enquanto profissionais temos que reconhecer que o capacitismo obstaculiza uma série de questões. Nós que trabalhamos na garantia de direitos, precisamos debater e precisamos nos perguntar o que estamos fazendo, de fato, para garantir o acesso a essas pessoas. Precisamos reconhecer que, muitas vezes, reproduzimos o capacitismo, nos rever e provocar as outras pessoas para essas reflexões. Devemos utilizar esses importantes espaços e os materiais produzidos pelo conjunto CEFESS/CRESS, realizar debates internos, fazer reunião em nossas equipes e pensar juntos em como efetivamente incluir esses temas na nossa atuação”, explicou a conselheira federal.
A superintendente de Promoção e Articulação de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência de Mato Grosso, Taís Paula, contou um pouco sobre sua trajetória de vida e do trabalho hoje realizado na pasta. Além disso, falou sobre os pequenos atos de capacitismo cotidianos que ferem os direitos das pessoas e sobre como os profissionais precisam se atentar para as necessidades específicas das pessoas com deficiência. “Os profissionais que querem fazer a diferença na vida das pessoas com deficiência podem melhorar as condições informando e sensibilizando. Os Assistentes sociais têm um papel fundamental para empoderar essas pessoas, levar conhecimento, mostrar os caminhos para que as minorias possam ter qualidade de vida e mudar a realidade do nosso país. Apesar de qualquer dificuldade, todos nós merecemos ser felizes. Ninguém é igual a ninguém e devemos valorizar essa diversidade e criar condições para o desenvolvimento de todos”, afirmou.
Tathyane fez uma avaliação dos principais avanços e desafios profissionais enfrentados pelos profissionais do Serviço Social com deficiência, com destaque para as dificuldades no acesso à educação em todo o seu processo formativo e em como a categoria pode contribuir com a melhora do sistema. “Meu sonho é que a gente viva uma educação realmente inclusiva, para todos, que considere as necessidades específicas das pessoas com deficiência e não as inclua em uma caixinha da ‘necessidade especial’ de forma genérica. Precisamos, enquanto profissionais, pensar fora da caixa e propor soluções e caminhos para além da legislação, conhecendo a realidade de cada um. Nossa meta deve ser encontrar formas de garantir direitos para a participação social e para a emancipação dessas pessoas. Somos agentes de transformação social, então que nossa atuação seja pautada nessa reflexão”.
Já a presidente do CONEDE/MT, Jandira Andrade, destacou a transversalidade do tema e a necessidade de se debater o assunto cada vez mais, por ser algo profundamente arraigado na sociedade. Ela também parabenizou o CRESS-MT pela iniciativa. “Antes da deficiência, somos pessoas.. e pessoas negras, mulheres, idosas, LBTQUIAP+, de todas as etnias. Este é um tema transversal, que muitas vezes é deixado de lado. As barreiras mais difíceis de serem quebradas são as atitudinais e isso só fazemos dialogando, debatendo.E a política de assistência social abarca tantas demandas dos diversos grupos oprimidos, que torna a categoria essencial nessa luta”, pontuou a psicóloga.
Próximos eventos – A programação segue na quinta-feira, dia 16, a partir das 18h, no auditório da UNIVAG, em Várzea Grande, com a mesa “Nossa Liberdade é Anticapacitista! Nenhuma limitação impede a vida”. O último encontro será realizado em Rondonópolis, no dia 27, a partir das 13h, na Universidade Federal de Rondonópolis e terá como tema “Nossa Liberdade é Anticapacitista! Assegurar e promover o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Responder