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SIR_66651Com o intuito de comemorar o dia do Assistente Social, celebrado em 15 de maio, o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-MT) promoveu o evento “80 anos do Serviço Social no Brasil: uma profissão inscrita no Brasil”. Com uma ampla programação destinada a instigar a reflexão acerca do ofício, o evento foi realizado ao longo de última sexta-feira (13/05) na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, e contou com a presença de profissionais de diversas cidades do Estado, professores, pesquisadores e estudantes.

De acordo com a presidente do CRESS-MT, Vera Lúcia Honório dos Anjos, o evento integra as ações definidas pela gestão Avançar na Luta. “São 80 anos de Serviço Social no Brasil e 30 anos do CRESS em Mato Grosso. Então, é um momento importante para a gente demarcar e aproximar o contato com a categoria. Essa data é muito especial para nós, não somente porque celebramos o nosso dia, mas é uma ocasião que interagimos e trocamos experiência. É um espaço de intimidade profissional em que é possível aprimorar, qualificar os debates e discussões das atividades oferecidas. O Dia do Assistente Social propicia momentos, inclusive, para a gente rever amigos, revitalizar a esperança, oxigenar os ânimos, as expectativas e prosseguir com os trabalhos. Quero agradecer a toda comissão organizadora do evento, à UFMT e ao CEFESS por ter cooperado”, disse Vera.

A professora doutora Tânia Gody Diniz, do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), ministrou a palestra magna do evento. “Essas reflexões, que nos colocam para pensar os 80 anos, também nos coloca esse compromisso de pensar o legado e pensar o presente tendo elementos do passado para construir o futuro. Esse é o movimento que fazemos neste momento de comemoração, de refletir o legado que temos construído até agora, a importância dele para a sociedade em uma perspectiva bem ampla e de nos comprometermos. Esse é movimento, neste dia, de um compromisso que a gente assume na continuidade, na defesa do nosso projeto ético-político, na defesa da briga por condições de trabalho e qualidade nos serviços prestados e na certeza de uma formação com qualidade. Acho que as nossas bandeiras de luta são muito fortes, são muito significativas e elas nos indicam um caminho que só podemos percorrer coletivamente”, afirmou Tânia.

A programação do evento contou ainda com quatro plenárias que discutiram “Sigilo profissional”, “Ética, direitos humanos e Serviço Social: valores profissionais e valores individuais”, “A importância   dos movimentos sociais na materialização das políticas sociais” e, por fim, “Trabalho, questão social e serviço social: precarização do trabalho”. Para a presidente do CRESS-MT, o encontro alcançou o propósito de provocar a reflexão dos profissionais da área. “Hoje o evento foi muito positivo, tivemos a participação de colegas de outras cidades do Estado, as discussões das plenárias foram muito relevantes e participativas. Eu meço o grau de satisfação em um evento como este quando as pessoas não saem da sala após o término, as pessoas ficavam querendo continuar o debate. Foi um sucesso”, avaliou Vera.

O professor mestre Paulo Wescley Santos, da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), relembrou que além de 80 anos de serviço social no Brasil, em 2016 se comemora 70 anos da ABEPSS e 20 anos de diretrizes curriculares. “Em tempos tão sombrios, acredito que o processo cotidiano pode trazer a impressão que não temos nada para celebrar. Mas, nós temos o que celebrar nessa profissão. Nós temos o processo histórico cheio de nuances e, sobretudo nas últimas décadas, um processo muito corajoso e robusto de mulheres e homens que formulam, atuam e resistem em tempos de caos. Então, faço esse convite de cada vez mais a gente se encontrar, se articular dentro e fora das entidades e avançar naquilo que nos é caro, que são os nossos valores que construímos diante desse cotidiano desafiador, que não é de hoje e que vai se aprofundar e exigir cada vez mais da gente”.

Segundo a professora Irenilda Angela dos Santos, do departamento de Serviço Social da UFMT, a profissão tem uma história repleta de conquistas. “Curiosamente muitos, principalmente os mais jovens, tendem a olhar o passado com aquele olhar de ‘Ah, mas isso era tão conservador, tão pequeno frente à história que estamos construindo! ’. Mas, pensem vocês o que era ser uma mulher fazendo serviço social indo a comunidades absolutamente pauperizadas da classe trabalhadora nos anos 40, quando a mulher era o quê na sociedade brasileira? Quando tenderem a pensar que o passado é algo não ‘valorizável’, porque agora temos um leque de situações que são vivenciadas, pensem o que seriam se vocês estivessem vivendo lá nos anos 40. […] O que temos nestes 80 anos é uma profissão que foi marcada, dentro das suas diferentes fases, épocas, códigos de ética e projetos ético-políticos, pela luta e conquistas de direitos”.

Para a assistente social, Sidnéia de Menezes, o evento contribui com a reflexão da atuação profissional. “Todo o evento que nos faz repensar a profissão é extremamente valoroso. Até porque quando estamos no mercado somos ‘engolidos’ com as demandas do dia a dia, da rotina diária. Sem dúvida, este encontro foi uma oportunidade única e muito rica para nos atualizarmos de questões importantes e que balizam a nossa profissão”. Já a estudante do 5º semestre de Serviço Social, Lúcia Helena Oliveira, destacou que o evento contribuiu com a inserção de temas até então desconhecidos. “Durante os debates eu ouvi questões que não conhecia e vou pesquisar mais para me aprofundar. É importante lembrar essa data porque nos faz valorizar ainda mais cada conquista alcançada por colegas ao longo destes anos. Gostei muito e já espero pelo próximo”, finalizou.

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