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Assistentes sociais e estudantes assistiram palestra em Cuiabá com a professora da UnB e doutora, Ivanete Boschetti

“É preciso haver uma articulação entre a formação profissional na graduação e na pós-graduação em Serviço Social. Elas precisam dialogar e ter um debate de conteúdo, porque é na pós-graduação que se forma os docentes da graduação”, ressaltou a professora da Universidade de Brasília (UnB) e doutora, Ivanete Boschetti, na noite desta quarta-feira (21.02). A profissional ministrou palestra sobre o “O projeto de formação profissional na graduação e na pós-graduação”, no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, para assistentes sociais e estudantes.

Ivanete pontuou aos presentes sobre como se dá essa relação, e quais são os conflitos e os desafios para que não haja uma dissociação entre a formação na graduação e na pós-graduação. Para ela existe uma tendência de crescimento do número de cursos de Serviço Social, tanto presencial como à distância no Brasil. “Existe uma preocupação desse aumento se dar sem um controle, sem seguir as diretrizes curriculares e o Projeto Ético-Político do Serviço Social. Também existe um crescimento no número de cursos de pós-graduação, porém essa é uma área mais regulada”, explicou.

Além disso, Boschetti ressaltou uma apreensão da categoria com a criação de cursos de pós-graduação com temáticas que não falam especificamente de Serviço Social, mas sobre Políticas Sociais, Políticas Públicas e Direitos Humanos. E se isso traria um deslocamento da formação na graduação, já que esses cursos formam mestres e professores que irão dar aula na graduação.

Para ela esse deslocamento não existe. “O que de fato acontece muitas vezes, é que apesar de não ter uma nomenclatura de Serviço Social, não significa que eles não abordem e discutam as temáticas que são fundamentais para a formação na graduação em Serviço Social. Não existe esse descolamento, embora é preciso sempre estar atento para que isso não aconteça”, argumentou a professora da UnB.

Outro ponto destacado por Ivanete é que apesar da pós-graduação contar com colegiado próprio, que elaboram suas disciplinas e conteúdos, é preciso que eles mantenham uma preocupação e um compromisso de dialogar seus conteúdos com a graduação.

“Embora isso não seja obrigatório é necessário que aconteça uma relação de dialogo respeitoso, para que não haja esse deslocamento. Se não os currículos da pós-graduação podem se separar mesmo da graduação. E na minha visão, principalmente no Serviço Social, a gente tem algumas estratégias que vem construindo uma articulação”, disse. Um exemplo é a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). “Mantemos uma Associação de ensino e pesquisa junta, que mantém um diálogo com o Conselho Federal e os Conselhos Estaduais. Isso é uma conquista histórica e um desafio, já que precisamos manter essa articulação”, finalizou.

Para a presidente do Cress/MT, Andreia Amorim, a discussão do tema foi muito importante, pois fortalece a perspectiva de que a formação e o exercício da profissão são dimensões indissociáveis. “Um tema de extrema relevância que fortalece a nossa profissão e espero que esse debate se multiplique”, afirmou.

Mesma opinião da assistente social e professora da UFMT, Ivna de Oliveira Nunes. “O Cress/MT inovou com essa discussão e o objetivo é fomentar e incentivar o debate, afinal a formação não pode ser pensada distante da categoria. E eu vejo um pouco desse diálogo entre graduação e pós-graduação quando fazemos pesquisa no mestrado”, contou.

Assessoria de Imprensa CRESS/MT – ÍconePress Assessoria de Imprensa & Agência de Conteúdo

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