Por Carla Ninos

Na manhã desta quinta-feira (29), o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), através do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos, Diversidade e Segurança Alimentar, realizou a primeira Escuta Social. O evento contou com a participação de, aproximadamente, 50 pessoas e mais de 20 representantes de diversas entidades, incluindo o CRESS/MT, que contribuíram com a discussão e apontaram a ausência de políticas públicas em todos os níveis de governo para promoção da inclusão e de combate à fome.

“É um tema de grande relevância, pois sabemos que, ainda. existem muitas pessoas que não têm acesso à alimentação, muito menos à alimentação saudável e nutricional como direito. E a discussão também contribui para a defesa da alimentação como política pública, no sentido de combater a fome e a pobreza”, afirma a agente fiscal do CRESS/MT, Ana Paula Fonseca de Souza e Silva.

Você tem fome de quê? “Fome de justiça, de respeito”. Essa foi a resposta dada ao Ministério Público durante a Escuta Social. Segundo Ana Paula, o evento proporcionou a manifestação dos sujeitos envolvidos com a temática, seja por meio de instituições públicas, privadas, organizações não governamentais, religiosas, políticas, comunidades tradicionais (indígena e/ou quilombola). “A  manifestação foi no sentido de apresentarem o que estão vivendo na atual conjuntura. E o evento também demonstrou a necessidade de enfrentamento à situação atual de retirada de direitos, desde o campo à mesa. E, ainda, demonstrou a importância da luta coletiva”.

“Sem terra não há o que se falar em agricultura familiar. Precisamos promover mais debates para enfrentamento dessa maldita política do governo federal de arrendamento das nossas terras”, destaca Hiparidi Toptiro, indígena no município de Diamantino.

“Não somos uma mão estendida em busca de esmola. Temos, sim, mãos cheias de soluções. Contamos com essa parceria do Ministério Público na perspectiva de respaldo e socorro por direito à justiça”, acrescentou a representante dos Quilombolas, Aurinete Vieira Lima.

De acordo com a promotora de Justiça Maria Coeli, a Escuta Social servirá de base para elaboração do projeto “Cibus – Você tem fome de quê?”, voltado à segurança alimentar. “É uma escuta prévia que direcionará a execução do projeto. O espírito democrático é fundamental para o respeito aos direitos humanos”, destaca.

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