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Seminário em Cuiabá segue até esta sexta (23)

O Conselho Regional de Serviço Social 20ª Região (Cress/MT) participou hoje (22) do primeiro dia do Seminário Nacional “O trabalho do/a assistente social na assistência estudantil”, que segue até esta sexta-feira (23), em Cuiabá. O evento conta com a participação de quase 400 profissionais, dentre assistentes sociais, estudantes e profissionais de outras áreas.

A presidente do Cress/MT, Andréia Amorim, participou da mesa de abertura e enfatizou em sua fala a importância do debate sobre a assistência estudantil no estado de Mato Grosso, que ainda possui poucas instituições de ensino superior e uma maioria populacional de negros/as e indígenas, com uma grande demanda por essa política pública. “Com imensa alegria que recebemos a todos em Cuiabá, em nossa terra quente. No dia de ontem realizamos o primeiro Seminário Estadual para nos preparamos para o evento nacional. E desejamos que seja esses dois dias sejam bastante proveitosos a todos”, afirmou.

Para a coordenadora de graduação da região Centro Oeste Abepss e professora de Serviço Social da UFMT, Ivna Nunes, o evento significa um marco no debate da assistência estudantil, na medida em que os desafios colocados para a atuação profissional de assistentes sociais passam pelo âmbito econômico, político, social e cultural, com consequências graves para toda a classe trabalhadora. “Importância muito grande receber esse evento em nosso Estado. Estamos vivenciamos um processo de regressão de direitos, avanços de políticas conservadores, que tem rebatimentos fortes no nosso trabalho na educação como a reforma do ensino médio, a escola sem partido, a precarização dos movimentos sociais. E é preciso debater e encontrar estratégias”, disse.

Quem representou o CFESS na mesa foi a vice-presidente, Daniela Neves, que afirmou o ponto central de discussão do seminário: o trabalho de assistentes sociais na assistência estudantil. Segundo ela, esta atuação é uma pratica absolutamente diferenciada e diversificada, de modo que o desafio proposto é de conhecer, situar e refletir criticamente quais os principais desafios para os/as assistentes sociais e, principalmente, as estratégias de resistência à regressão de direitos e recursos na educação brasileira e na assistência estudantil em específico.

A mesa de abertura do evento contou ainda com a presença destudante de Serviço Social Fernanda Versiani, da Coordenação Regional IV da Enesso. Fernanda destacou a importância de discussão da temática, diante dos progressivos cortes de recursos da política de educação, ressaltando a participação de estudantes neste debate.

Educação e Assistência Estudantil

A primeira mesa do evento foi sobre Educação e Assistência Estudantil. O debate teve inicio com a assistente social e professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) Erlenia Sobral. Segundo a professora, são fundamentais, sempre que possível, momentos como o do seminário nacional, que ela chamou de “suspensão da vida cotidiana’’, para pensar o nosso lugar: reflexão coletiva, com impacto subjetivo, para eliminar a solidão que podemos sentir no cotidiano do trabalho.

Ou seja, pensar conjuntamente estratégias que se materializem na resistência às regressões na atuação profissional. E isso se faz nas escolas, nos institutos federais, nas universidades, estes espaços históricos de luta e resistência. De acordo com Erlenia Sobral, a política de assistência estudantil foi sistematizada como tal efetivamente em 2010, com a criação do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), porém, hoje, a sinalização é de uma preocupação com os períodos que se aproximam, “diante do aumento dos projetos de desmonte dos processos de conhecimento e de perda do acesso à universidade pública”, avaliou a professora.

Este mesmo Pnaes, criado, para sistematizar a assistência estudantil na educação brasileira, apresenta limitações em relação a sua insegurança jurídica por ser um decreto e de sua perspectiva de focalização, e ainda assim, agora sofre processos de desconstrução de sua possibilidade e de sua potencialidade, segundo a assistente social e pró-reitora de assistência estudantil da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Erivã Velasco.

Diante disso, o desafio atual é criar mecanismos de resistência a partir de ideias progressistas, emancipatórias, de modo a pensar e estimular uma atuação profissional nessa direção. “Precisamos entender que a assistência estudantil não é só permanência do/a estudante na instituição de ensino. A assistência estudantil inclui ações mais amplas: é também pesquisa, ensino e extensão”, completou a professora da UFMT.

Oficinas simultâneas

A tarde do primeiro dia de evento foi preenchida com três  oficinas simultâneas, com o tema O trabalho do/a assistente social na assistência estudantil em debate, com objetivo de propiciar a troca de experiências e reflexões entre os participantes.  Nesta sexta-feira (23), o evento recomeça com mais mesas-redondas durante todo o dia, todas com transmissão online pelos canais do CFESS no Youtube e no Facebook.

Com CFESS

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