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NOTA DE REPUDIO CONTRA AS VIOLÊNCIAS SOFRIDAS PELA ADOLESCENTE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

 

 

A Comissão de Direitos Humanos do CRESS 20ª Região vem a público manifestar seu repúdio em relação as violências sexuais, morais e físicas que ocorreram contra a adolescente de 16 anos que foi estuprada no estado do Rio de Janeiro no último dia 21 de maio.

Este dia, 21 de Maio. Tão emblemático quanto contraditório. Em um mês que se somam esforços para o enfrentamento da violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, um fato como este. O que não nos traz admiração ou tampouco comoção, mas profunda indignação, pois barbáries dessa natureza têm perpassado cada vez mais a realidade das crianças e adolescentes. A trajetória de vida das mulheres vem sendo atravessada e interrompida por ataques desse tipo, sobretudo adolescentes pobres, negras (os), mulheres e moradoras (es) da periferia.

Entendemos que a questão que se abre é superar criticas ingênuas, superficiais, fundamentalistas e de policiamento. Alertamos para a reflexão sobre qual o “lugar” historicamente atribuído a juventude e às mulheres, entendendo esta realidade como expressão da Questão Social, considerando suas condições subjetivas e objetivas.

A violência, a opressão e a exploração da mulher são desafios com raízes históricas na sociedade brasileira, que vem se perpetuando respaldadas pelo machismo, patriarcado, misoginia, que estrategicamente se articulam a interesses econômicos do Modo de produção vigente. São adolescentes e mulheres que vivenciam as desigualdades das relações de gênero articuladas com a desigualdade socioeconômica diante da divisão sexual do trabalho e, como desdobramento, a feminização da pobreza.

No bojo dessas questões, adquire hegemonia a cultura do estupro que contribui para espetacularização das violências e para sexualização, erotização e mercadorização das mentes, corpos e vidas das mulheres.

Considerando a defesa dos direitos humanos e a defesa da liberdade como valor ético central, o CRESS/MT, através da  Comissão de Direitos Humanos, em sintonia com o Código de ética da (o) assistente social, pelos direitos da mulher e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente vem posicionar publicamente o seu repúdio a violência realizada contra essa adolescente, contra essa mulher.

Tal repúdio busca solidez no debate da categoria e nos movimentos que lutam pelos direitos humanos e pela liberdade na perspectiva de emancipação humana.  Trazemos ainda o entendimento de que a nossa luta é sim pela vida das mulheres assoladas cotidianamente por perversas expressões da Questão Social, como essa violência materializada, e ainda por falas, posturas e comportamentos moralistas que redundam em culpabilização e revitimização da mulher. Somado a isso, a nossa luta é por direitos humanos. Direitos Humanos que transcendem civilidades e legalidades. Direitos Humanos que não negociam uma vida pela outra. Direitos Humanos que não entendem a castração química para estupradores como solução possível. Ao contrário. Direitos Humanos como proposta emancipadora não só de uma categoria, mas de toda classe. A classe trabalhadora!

 

 

 Conselho Regional de Serviço Social de Mato Grosso 20ª. Região

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